COVID-19 E AS SEQUELAS QUE COMPROMETEM A MENTE
Pequenas desatenções nas rotinas diárias, equívocos e até mesmo esquecer algo recente, estão entre alguns dos sintomas perceptíveis, relacionados a perda de memória pós Covid. Há relatos de pessoas que mesmo recuperadas da doença possuem dificuldades de concentração e problemas de característica neurológica, motivo que tem gerado estudos mais aprofundados.
Alguns deles, revelam que quanto mais avançada a idade e debilitado o organismo, maior a propensão a sequelas da infecção pelo coronavírus, no cérebro. Na literatura médica o que se sabe até agora, e que tem servido como base para pesquisas, é que pacientes que foram tratados com COVID na fase aguda, ou durante internamento na uti, apresentaram risco de declínio cognitivo.
Desde 2021 a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) vem estudando os efeitos cognitivos da doença em mais de 400 pacientes. Todos eles se submeteram a uma bateria de exames e testes psicológicos durante seis a nove meses após deixarem o hospital. Relatos de perda de memória foram mencionados em 51,1% dos casos. Já 15% dos pacientes, tiveram sintomas de ansiedade, enquanto 13% mencionaram o estresse pós-traumático, e 8% foram diagnosticados com depressão, segundo os neurologistas responsáveis pelo estudo.
Terapia Ocupacional e a reabilitação dos pacientes que foram hospitalizados com Covid 19
No início da pandemia dez terapeutas ocupacionais, de diferentes estados brasileiros, “experts” em suas áreas de atuação, sintetizaram em um artigo, diretrizes e recomendações para uma assistência profissional adequada aos pacientes com Covid 19 e ainda adaptações às suas próprias rotinas de trabalho. Baseados em documentos científicos da época em que a doença foi descoberta, publicações da OMS, e do Ministério da Saúde, além dos princípios da Ciência Ocupacional, a publicação serviu de direcionamento para uma prática clínica segura, eficiente e de qualidade, no ambiente hospitalar, com diretrizes que hoje , foram complementadas e aperfeiçoadas, principalmente no atendimento pós pandemia.
Na ocasião, os especialistas já apontavam para uma evolução da doença com variantes e sequelas , como problemas respiratórios fadigas crônicas alterações emocionais e piora na qualidade de vida, sendo o trabalho do terapeuta ocupacional, voltado para assistência do paciente e inclusive promovendo as adaptações necessárias no sentido de minimizar os impactos no cotidiano do indivíduo. Veja artigo na íntegra com a participação da terapeuta ocupacional Walkyria de Almeida Santos que abordou em vários trechos da publicação, aspectos relacionados à reabilitação com ênfase às atividades laborais, após Covid 19.
Intervenções nas sequelas funcionais e cognitivas
Desde o início da pandemia e muitas vezes atuando junto a uma equipe multidisciplinar, o terapeuta ocupacional avalia e implementa um plano de tratamento que não foca apenas nas limitações que a doença impõe, mas também nas suas relações com a execução das Atividades de Vida Diária (AVDs) e nas Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) e participação social do paciente.(De Carlo et al., 2020).
Vale ressaltar que, apesar das sequelas pós-COVID-19 surgirem comumente em pacientes que desenvolveram a forma grave da doença, em estudos recentes a prática clínica tem demonstrado que pessoas com quadro moderado, que não foram hospitalizadas também podem ter algum grau de comprometimento funcional. Nesse sentido, o TO tem como objetivo melhorar a capacidade funcional residual com a estimulação das habilidades do indivíduo para a execução das tarefas, promovendo o maior grau possível de autonomia.
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Referências : bvsalud.org/ | Ibneuro.com.br/notícias | crefito12.org.br/terapia-ocupacional-se-mostra-fundamental-durante-a-pandemia/